terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Lejos de casa.

Encilhei um mate cevado a capricho
E de tudo comecei a lembrar.
Numa dessas tarde morenas
Que só deus sabe pintar.

Longe da minha gente, mateio solita
No meu silêncio uma lágrima vejo cair
E no meu peito apertado de saudade infinita
Há um grito perdido tentando sair

Recordo da minha infância,
Dos parceiros de travessuras
Dos meus olhos de criança
Com rios de doce ternura.

Longe do velho que tudo me ensinava
Não vejo horizontes no entardecer
Sem o cavalo baio que eu tanto amava
Me sinto perdida tropeando meu viver.

Sigo com minha vivência
Lejos de casa
Sentindo falta da minha querência.
Uma guapa morena aqui da fronteira,
Com alma gaúcha sou flor de campeira.

Num finzito de tarde,
Uma nostalgia infinita
Dessa vida gaudéria e passada,
Sigo adiante mateando solita.

Alumbrando esperanças
Lejano das terras de onde me criei
Sigo meu compasso cheia de lembranças
Das estradas por onde passei.

Em um tempo de muitas distâncias,
Recordo das lidas no campo,
Das frescas sangas de pedras,
E as noites no chão pampeano.

Canto o minuano cortante
Ao trote do pingo de nome esperança
Com anseios de esperas seguindo adiante
Findando a jornada no rumo da estância.

E ao patrão do céu peço,
De coração sincero,
Que proteja o mundo campeiro
E o grito do quero-quero.

Sigo com a minha vivência,
Lejos de casa
Sentindo falta da minha querância.
Uma guapa morena aqui da fronteira,
Com alma gaúcha sou flor de campeira.

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